TI se prepara para enxurrada de dados das aplicações 5G
Bancos, agronegócio, saúde e outras indústrias já desenvolvem projetos com operadoras e enxergam vários casos de uso para a conectividade em tempo real. O datacenter precisa se adequar para dar conta dos volumes e das premissas das novas aplicações, com performance necessária e custos viáveis.
Trabalhar com TI é como assistir os espetáculos da perspectiva dos bastidores. Quando usamos um app no celular, tomamos vacinas ou vemos as imagens do James Web, instintivamente pensamos no fluxo da aplicação, nas noites viradas dos programadores de drivers para integrar os microbiologistas e no big data que dá sentido às leituras do telescópio. Neste momento, com o lançamento da cobertura 5G, é natural que o noticiário destaque as grandes transformações já em fase de desenvolvimento por ISVs e indústrias de vários setores.
Combinada a outros avanços, a conexão 5G de fato traz grandes oportunidades de ganhos de eficiência e criação de serviços. Drones em centros de logística, robôs interconectados em fábricas e plantações, dispositivos urbanos inteligentes e outras soluções para velhas dores e novos problemas ganham as condições de conectividade. A rede é apenas uma parte de todo esse potencial de inovação, mas certamente funciona como a “cenoura na frente do cavalo” da invenção de aplicações. Outro ponto de atenção, evidentemente, é a perspectiva de aplicações com requisitos pesados de ingestão de dados, processamento e tempo de resposta, além dos novos desafios de segurança.
A transformação disparada pela tecnologia 5G vai permitir que se faça melhor, mais rápido e com menor custo tudo que se fazia antes. E abre espaço para o que nunca foi feito. Nesse contexto, é mais do que uma evolução na conectividade. Por isso, mesmo os especialistas em infraestrutura devem começar olhando “de cima para baixo”; ou seja, entender as aplicações e serviços que emergem sobre as novas arquiteturas de redes, datacenters e dados.
Inteligência artificial e machine learning em automação sobre 5G
Os casos mais promissores, explorando as novas conexões, geralmente envolvem algum uso de aplicações de analytics, machine learning e IA. Sincronização de cadeias de produção, reconhecimento de imagens, controle de equipamentos médicos, realidade virtual e outras modalidades de IA exigem bem mais das plataformas de processamento e dados.
Do ponto de vista da infraestrutura de computação, essa tendência deve ser destacada em qualquer decisão de refresh ou expansão. A boa notícia é que os fornecedores já oferecem plataformas otimizadas, como a tecnologia Deep Learning Boost.
Mais do que o incremento de performance, a otimização para esse tipo de aplicação envolve mudanças no microcódigo do processador, para dar conta da lógica da computação cognitiva.
Gestão da informação, do ciclo de vida dos dados, governança e custos
A baixa latência do 5G que o torna ideal para aplicações críticas tem como consequência a criação de aplicações críticas. Quando se propõem mudanças radicais nos modelos de aplicações e negócios, vêm também as questões de segurança, as regulações setoriais e outros novos desafios. Esse contexto, junto aos itens já mencionados, acentua as responsabilidades dos arquitetos de infraestrutura. Na prática, um bom desenho das estruturas de entrega de dados, storage e archiving vai fazer toda a diferença não apenas do ponto de vista de tecnologia e qualidade de serviço, mas também para as áreas de compliance e financeiro.
Performance dos acessos a dados nas aplicações 5G
Obviamente, uma rede mais veloz implica a entrega e a ingestão de altos volumes de dados. Ao mesmo tempo, o fundamento de muitas aplicações sobre 5G é a garantia de tempo de resposta.
Junto à demanda de alta capacidade de armazenamento e I/O, a nova geração de aplicações tende a aumentar a carga de dados não estruturados, como imagens ou leitura de sensores.
Os recursos da tecnologia 5G trazem muito mais do que ganhos incrementais e se tornam transformadores quando alinhados a outros eixos da Transformação Digital, como as inovações mencionadas na primeira parte deste artigo.
Para suportar as novas abordagens de aplicações, serviços e cadeias de valor, mudam também os paradigmas da infraestrutura. Na continuação deste artigo, apontamos os impactos do 5G no planejamento de redes e datacenters.